Quando se trata da Ásia, chegam-nos inúmeros pedidos de clientes com frases como “nós vamos de mochila nas costas, só queremos experiências locais” ou “não queremos nada turístico, queremos ver como é a vida local”. A pergunta que se impõe é: Será que é mesmo isso que queres? Conheces mesmo a realidade dos locais que te propões a descobrir como local?

Ok, até podemos perceber que não és o turista que não sai do hotel e fica no bar da piscina o dia todo (nada contra esse tipo de turismo, é óptimo).  

Vamos exagerar e colocar O TURISTA como aquele que só tem gosto em ficar em bons resorts, com restaurantes internacionais e perto do centros e das lojas.

Como VIAJANTE, podes fazer questão de conhecer as pessoas e de ouvir as suas histórias, fugir às rotas mais típicas e evitar compras. Talvez prefiras um hotel e um pequeno almoço mais modesto. Podes até ser mais afoito e experimentar um hostel ou mesmo um couchsurfing pois são soluções que promovem a interação com outras pessoas e claro, são mais baratos. Mas o que tem isso a ver com ter experiências como local? A resposta é simples: nada. Um LOCAL dorme em sua casa, tem o seu trabalho, tem os seus amigos, a sua rotina, faz a sua comida e compra nas lojas de sempre.

Estás a pensar “sim, mas por exemplo, se alugar uma moto já é fazer algo local!” Para um TURISTA isso é quase impensável, talvez seja o que faz um VIAJANTE mas não te parece que um local o que faz no seu dia a dia é usar os transportes públicos? Por muito fracos, sujos e lotados que sejam. Claro que sim.

O que te queremos explicar é que cada viagem é uma viagem. Dizemos muitas vezes que o que faz as viagem são as pessoas e é o teu comportamento que vai fazer com que a viagem seja melhor ou pior, sejas turista, viajante ou queiras realmente viver como um local.

Levar uma mochila nas costas e ir à aventura não faz de ti alguém que se destaca positivamente de um turista tradicional! Por si só, esse tipo de viagem não faz de ti uma pessoa que viveu localmente e que de repente bebeu toda a cultura de um país (quando na verdade o que fizeste, no máximo, tenha sido ficar por lá uma quinzena e ter visitado 4 ou 5 cidades).

Não deixas de ser turista quando tiras fotos a tudo o que aparece. Não passas a ser local só porque foste fazer compras no mercado. Não deixas de ser viajante quando recorres a uma agência de viagem que te organiza as coisas. Não deixas de ser turista quando passas na imigração e precisas de um visto de entrada.

Vamos deixar-te alguns exemplos para que reflitas sobre este tema de forma mais prática:

Nem tudo é preto ou branco e não há nenhum problema nisso. O que não faz sentido é apregoar que somos assim ou assado e o teu comportamento mostra o contrário. Voltamos a dizer, não há nenhuma hierarquia entre os diferentes tipos de viagem.